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domingo, 11 de setembro de 2011

A dialética radical do poeta Ivan Junqueira

Nós todos usamos a linguagem, a maior parte do tempo, para pedir ou transmitir informações. Esse uso, mesmo quando é utilitário, não deixa de ser legítimo. Precisamos nos comunicar. Sinto uma necessidade dupla: quero que o outro (o interlocutor) me entenda e quero também entendê-lo.

A linguagem, contudo, não se limita a informar, não se reduz à função de comunicar dados e fatos, conhecimentos constituídos. Há uma dimensão constituinte na atividade humana. Os seres humanos estão constantemente modificando o mundo; eles inventam coisas novas, eles se inventam a si mesmos.
A linguagem deve dar conta não só das necessidades objetivas, mas também das necessidades subjetivas, que expressam nas palavras, nas imagens, nos sentimentos, nas sensações, nas emoções, nas intuições - em tudo que os seres humanos podem sentir diante do novo - a capacidade da humanidade de enriquecer sua linguagem. "O sentido subjetivo está na base da subversão de qualquer ordem que se queira impor ao sujeito ou à sociedade" - Fernando González

Indo um pouco mais fundo: expressam a capacidade da humanidade de se enriquecer através da linguagem.

Dizer melhor alguma coisa, senti-la melhor e pensá-la melhor são desafios interligados. Se o sujeito falha ao enfrentar um deles, ficará prejudicado em seu esforço de enfrentar os outros dois. Quem se exprime mal, em geral, está confuso tanto no plano do pensamento quanto no da sensibilidade.

Esse é um dos pontos que tornam extremamente necessária a discussão da importância da linguagem poética na sociedade contemporânea. As pessoas nem sempre percebem que a poesia não é mero entretenimento, brincadeirinha literária inconseqüente.

A dinâmica de uma sociedade que é posta a girar em torno do mercado (uma dinâmica que tende a transformar tudo em mercadoria, que põe um preço em todas as coisas) acarreta certo desprezo inevitável pelos valores qualitativos, quer dizer, pelos valores que expressam as qualidades - incomensuráveis! - dessa espécie tão criativa que é a dos seres humanos. - consciencia.net/ tce.ce.gov.br/ artigos.netsaber.com.br

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